quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Relevância da gestão democrática em nossas escolas

Hoje em dia, educa-se com a finalidade de preparar um cidadão, ou seja, uma pessoa formada com cultura geral que esteja preparada para viver em sociedade, participar, construir e interagir. E a figura principal na educação vem sendo há muitos anos a escola. Porém as mudanças na educação destacam que esta não é apenas função exclusiva da escola. A educação envolve uma série de participantes que, hoje, são convocados a conhecer, colaborar e interagir com esta instituição de ensino, a tradicional escola.
A responsabilidade de educar é compartilhada com diretores, funcionários, professores, familiares e sociedade, gerando uma gestão democrática que divide tarefas que somadas visam a uma educação de excelência, que forme adultos reflexivos, participativos e comprometidos com a sociedade em que vivem. Tal princípio de preparo social é destacado na LDB, título I, art1º, § 2º, que diz que a educação deve vincular-se à prática social.
Um bom exemplo de participação entre professoras que podemos observar é o destaque da interdisciplinaridade, que vem sendo fomentada há algum tempo. Assim, as professoras podem dividir seus planos de aula e buscar temas similares, de acordo com os respectivos PNE´s, que sejam seguidos durante o ano letivo. Exemplo: Se na aula de Ciências está trabalhando o tema metamorfose, seria interessante que na aula de Português as crianças trabalhassem um texto sobre a vida da borboleta. São questões a priori muito simples, mas que facilitam a assimilação dos temas. Uma gama enorme de outras sequencias pode ser feita, mas para que este trabalho dê certo, é necessária a ampla comunicação entre as professoras e suas matérias, além da pré-disposição das mesmas para realização de um trabalho de qualidade.
Já a família participa do desenvolvimento da criança não apenas em casa fora da sala de aula, mas também no ambiente escolar, quando participa efetivamente de reuniões de pais. Quando digo efetivamente, me refiro a participar com motivação intrínseca, pois é uma reunião sobre os filhos, onde o responsável deve ir com disposição, aberto a ouvir atentamente todas as colocações, disposto a fazer e ouvir perguntas, propor idéias, expor fatos, enfim, participar da reunião como integrante e não apenas como ouvinte. Podemos ver esta função registrada na LDB, no título II, art 2º, que diz que a educação é dever da família e do Estado. Também no art. 14º, inc.VI, que cita a articulação da escola com a família e a comunidade.
Outro espaço de participação coletiva que estimula a co-participação com a família e a sociedade, seriam as datas festivas da escola, como Aniversário do bairro, Aniversário da escola, Dia da criança, Festa Junina, Páscoa, Natal, Olimpíadas esportivas e de Matemática, Dia da independência do Brasil, Semana da Cultura Afro-brasileira, entre outras datas, que podem ser trabalhadas com pesquisas feitas pelas crianças, entrevistas, danças, corais, que podem e devem ser apresentados em datas pré-determinadas, onde os portões da escola ficam abertos para pais e convidados. Neste dia os trabalhos são expostos, as coreografias apresentadas, assim como os corais e outros trabalhos específicos feitos pelas crianças. Mas para isto necessita-se de um planejamento bem estruturado, envolvendo reunião prévia com os pais, convites impressos distribuídos aos familiares e ao comércio local que pode ser convidado a participar e colaborar com as festas através de patrocínio (lanche e bebidas para as crianças, bolos para as festas, confecção de fantasias, doação de prendas), uma vez que os custos nem sempre poderão ser integralmente cobertos pela tesouraria da escola, mas devem constar no planejamento, que deve prever a fonte da verba. Como uma analogia ao texto de Teixeira sobre administração escolar, os professores com vocação para administração devem ser responsáveis pela organização, ou seja, administração das festas, já os com maior rendimento em sala de aula, podem orientar as pesquisas, ensaiar as músicas e as coreografias com as crianças.
Nos horários vagos ou finais de semana as quadras da escola podem ficar abertas para jogos e lazer da comunidade. Podem ser apresentadas sessões de cinema abertas ao público para fomentar a cultura e novos hábitos de lazer, e ao mesmo tempo integrar escola e comunidade. Quando a esta comunidade se dá conta do valor da escola e do empenho desta em manter estes eventos, ocorrerá naturalmente uma maior preservação desta escola pela comunidade. As pichações tendem a diminuir, assim como os vandalismos, mas este é um trabalho de longo prazo que requer planejamento participativo e políticas inclusivas.

domingo, 6 de setembro de 2009

“Como vejo, sou visto”

A pré-concepção de fatos, cores,
Gestos, raça, credo, pessoas,
Determinam sua ninhagem, instrução.
Índole, caráter, espírito.
Traduz o que você é.
E o que você exprime,
Más ou boas.
Faz-me entender o quanto és,
Triste ou feliz,
Pobre ou rico.
Como entender o que não há explicação?
Quão normal devo ser?
Somos irmãos!
Se não, o que então?
Se pobre, suspeito,
Se negro, ladrão,Se simples, sovina,
Se chique, metido,
Se independente, orgulhoso,
Se educado, homossexual,
Se deficiente, coitado,
Se belo, "viado",
Se feio, tarado,
Se forte, bombado,
Se miserável, viciado,
Se frágil, mimado,
Se magro, positivo,
Se gordo, punitivo.
Independente de como se apresente,
Sempre haverá um adjetivo pejorativo em mente.
Nunca comentários serão inexistentes.
Pois isso, foge do que é ser gente.

Vandir Estevão (Vanes)